A Jovem
Guarda foi um movimento
cultural brasileiro, surgido em meados da década
de 1960, que mesclava música, comportamento e moda. Fenômeno midiático que
arrastou multidões, também designado como iê-iê-iê, em alusão direta a musica
dos Beatles, a Jovem Guarda era vista com restrições por setores da crítica,
uma vez que sua música era considerada alienada pelo público engajado, mais
afeito, primeiro à bossa nova e, depois, às canções de protesto dos festivais.
Certamente essas críticas são equivocadas tendo em vista que a Jovem Guarda
também era um movimento rebelde já que os artistas cantavam e tocavam Rock,
um gênero musical estrangeiro que não era muito aceito pela sociedade ufanista
brasileira na época. Cantando Rock, esses artistas já estavam desafiando a sociedade e sendo
rebeldes. Outro fator importante era o uso da guitarra elétrica, os artistas da
Jovem Guarda utilizavam esse instrumento mesmo ele sendo mal visto pela
sociedade brasileira justamente por ser um instrumento estrangeiro. Várias
pessoas chegaram a fazer campanha contra a guitarra elétrica nos anos 60, ou
seja, se um artista tocasse guitarra elétrica, também estava desafiando o
sistema.
Amparado por gravadoras e campanhas
publicitárias, rapidamente o movimento repercutiu em termos de vendagens e de
popularização dos seus ídolos. Fenômeno de audiência, o programa de
auditório “Jovem Guarda”, levava ao
Teatro Record centenas de jovens, atraídos pelos trio Roberto-Erasmo-Wanderléa,
além de artistas como Ronnie Von, Eduardo
Araújo, George Freedman, Wanderley Cardoso, Sérgio
Reis, Sérgio
Murilo, Arthurzinho, Ed Wilson, Jerry Adriani, Evinha, Martinha,
Lafayette, Vanusa,
além de bandas como Golden
Boys, Renato
e Seus Blue Caps, Leno
e Lílian, Deny
e Dino, Trio
Esperança, Os
Incríveis, Os
Vips e The Fevers.
A Jovem Guarda impulsionou o lançamento de
discos, roupas e diversos acessórios. Todo
um comportamento jovem daquele período foi formatado a partir do programa e
seus apresentadores. O
modo de se vestir (calças colantes de duas cores em formato boca-de-sino,
cintos e botinhas coloridas, minissaia com botas de cano alto) bem como as
gírias e expressões ("broto", "carango", "legal",
"coroa", "barra limpa", "lelé da cuca",
"mancada", "pão", "papo firme",
"maninha", "pinta", "pra frente", e a clássica
"é uma brasa, mora?") viraram referência para muitos adolescentes do
período.
A
seleção que apresentamos nessa edição traz além de Roberto, Erasmo e
Wanderléia, ídolos da época como Trio Esperança, Valdirene, Martinha, Eduardo
Araújo entre outros..
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